Ponte caída

'Deus estava comigo', diz caminhoneiro sobre o momento em que a ponte de Jaguari caiu

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Quando saiu de sua casa, na tarde de domingo, Marion Muskoph, 47 anos, não imaginava que, em instantes, passaria pelo maior susto de sua vida. Ele dirigia o bitrem, de nove eixos, carregado com 51 toneladas de soja, de sua casa até um posto de combustíveis, onde deixaria o veículo. No caminho, ao passar pela ponte Júlio de Castilhos, a estrutura cedeu, e parte do veículo caiu. Muskoph não chegou a ficar ferido. Ele, que mora em Jaguari, já passou inúmeras vezes pela ponte e conta que nunca imaginou que ela pudesse ter algum tipo de problema.

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Na tarde desta segunda-feira,ele estava na ponte, junto com a equipe de um guincho. Ele conta que chegou ao local ainda de manhã e que estavam analisando uma forma de retirar o veículo, que pode ficar no local pelos próximos dois dias, segundo o caminhoneiro. Ele calcula que o prejuízo, somando a carga e os danos ao veículo, gira em torno de R$ 130 mil. "Deus estava comigo naquela hora", contou em entrevista ao "Diário". Confira:

Diário de Santa Maria — O senhor estava indo para onde?
Marion Muskoph — Eu tinha saído de casa, ia tirar o caminhão de lá e deixar no posto. Hoje, eu iria viajar com outro caminhão e, na quarta-feira, iria levar o caminhão, que estava carregado com soja, até Rio Grande.

Diário — E como foi o momento em que a ponte caiu?
Muskoph — A sinaleira estava vermelha, e o carro estava na minha frente. Ficou verde, o carro andou, eu andei logo atrás. Botei a primeira marcha. Depois, coloquei a segunda. Aí, o caminhão simplesmente morreu, apagou. E, logo, começou a andar para atrás. Eu pisei no freio, mas ele não parou. Quando eu vi, a geladeira do caminhão estava com a porta aberta e, aí, eu vi no espelho que a ponte caiu, e parte do caminhão também. E deu um estrondo. Mesmo pisando no freio, o caminhão ainda andou uns 30 centímetros para trás. Eu fiquei uns três minutos parado, dentro do caminhão, sem saber o que fazer. O susto foi tão grande que a gente não consegue nem pensar.

Diário — Para quem o senhor pediu socorro?
Muskoph — Logo depois, veio um moço, que estava ali perto e viu tudo. Ele veio perguntar se eu estava bem e me ajudou. Tinha alguns carros atrás do caminhão, e as pessoas foram ver o que tinha acontecido. Felizmente, ninguém se machucou. Deus estava comigo naquela hora, poderia ter sido pior. Sou motorista há quase 30 anos e foi a primeira vez que aconteceu uma coisa dessas. É coisa que só se vê na televisão.

Diário — O senhor sabe se havia alguma restrição de veículos na ponte?
Muskoph — Não, não tem nenhuma restrição, nem advertência, nem placa. A gente, que carrega veículos pesados, sempre cuida disso. No Interior, é comum ver placas com sinalização. Se a placa indica que veículos com mais de 30 toneladas não pod"

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